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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A história do fusca no Brasil - The history old beetle in Brazil


Fábrica do fusca no Brasil em 1959
 


VOLKSWAGEN NO BRASIL


A 23 de março de 1953, com um capital inicial de 60 milhões de cruzeiros, a VW fundou sua filial brasileira. Em novembro de 1957 estavam prontas suas instalações no município paulista de São Bernardo do Campo. Com a produção média de oito unidades por dia, no mesmo ano a VW lançou o seu primeiro veículo produzido no Brasil: a Kombi. Seu nome deriva de “combinado”, isto é,  veículo que combina transporte de passageiros e carga. Tinha grande capacidade interna  de carga (810 kg, mais tarde elevada, de acordo com os aumentos de potência de seu motor), pequena distância entre eixos, duas amplas portas laterais e uma porta traseira que dava acesso a uma espécie de porta-malas sobre a plataforma do motor.
Para aumentar o espaço interno de carga podia-se retirar os dois bancos traseiros. Entretanto, sua forma, suspensão e grande altura do chão caracterizavam-na como veículo extremamente instável (alcançava 93 km/h).
Dois anos pós o lançamento da Kombi, a VW lançou seu primeiro automóvel, o sedã 1200. Chamado de “besouro” ou “fusquinha” pelo público, o primeiro modelo apresentava o mesmo motor da Kombi: quatro cilindros opostos dois a dois, refrigerado a ar, 1192cm3, relação de compressão de 6,6:1, 36cv a 3700 rpm (110 km/h e 10km/litro), câmbio de quatro marchas à frente (primeira não sincronizada), tração traseira, carroceria de aço com dias portas, suspensão dianteira e traseira independentes com barras de torção cada uma, estabilizador e amortecedor de dupla ação, freios hidráulicos nas quatro rodas, sistema elétrico de 6 volts. Diferia da Kombi apenas pelas dimensões: 4,07 m e 740 kg (a Kombi media 4,19m e pesava 1100kg).
O sedã, planejado por Ferdinand Porsche em 1933 e lançado na Alemanha em 1939, sofreu poucas modificações importantes, mantendo o aspecto externo geral semelhante ao do primeiro projeto. Na época de seu lançamento introduziu concepções inovadoras, mas, quando foi lançado no Brasil, já estava ultrapassado e, como a Kombi, não oferecia nível satisfatório de estabilidade.

VW 1960

NOVOS MODELOS

Até 1962 a VW do Brasil havia fabricado apenas esses dois modelos, mas nesse ano lançou o Karmann Ghia. A VW fornecia o chassi e os componentes mecânicos, e a KG produzia a carroceria e cuidava da montagem e acabamento. O veículo voltava então à VW, responsável pela venda e assistência técnica.

VW 1965 com teto solar, modelo que não teve boa aceitação e que recebeu na época o apelido de "cornowagen"
 
De linhas afiladas e penetrantes e altura reduzida, o carro atingia, com mecânica idêntica à do seda, 118 km/h e 9,1 km/litro na cidade (em condições normais). Como o sedã, o Karmann Ghia apresentava baixa aceleração (mais de 30 segundos de 0 a 100 km/h), mas tinha muito mais estabilidade.

Quatro diferentes versões do Karmann Ghia, outro modelo com que a VW tentou conquistar o mercado de verículos esportivos: no alto, à esquerda, a versão de 1964, e à direita o modelo KG Conversível de 1968; acima à esquerda o KG 1969 e à direita o modelo TC de 1975
 
Em 1967 a VW começou a modernizar seis veículos com um motor 1300cm3 ( 46cv a 4600rpm) para o seda e outro, de 1500 cm3 (52cv a 4600 rpm) para a Kombi e o Karmann Ghia. A maior potência  permitiu ampliar a capacidade de carga da Kombi para 970 kg. Sua suspensão foi reforçada por um estabilizador traseiro. Os pneus ficaram mais largos e adotaram-se banco individual para o motorista, com várias regulagens e limpador de pára-brisas de duas velocidades. Ao mesmo tempo a VW introduziu a versão pick-up da Kombi, equipada com carroceria de aço.

VW 1967 "Pé-de-Boi". Era um modelo econômico mas não se impôs no mercado
 

Kombi pick-up 1969

Kombi Luxo 1973

Kombi 1976
 
O sedã 1300 passou a atingir quase 120 km/h, e o KG 1500, mais de 135 km/h (de 0 a 100 km/h em 26,3 segundos). Todos os modelos receberam melhorias no sistema de frenagem, com redimensionamento dos órgãos. Os limpadores de pára-brisa ganharam palhetas mais eficientes, o comutador de fachos do farol mudou para a alavanca do pisca-pisca, e introduziu-se uma série de melhoramentos para aumentar o conforto e a segurança dos carros.

OS VW MÉDIOS

A partir de 1969 a VW começou uma grande ofensiva no mercado, lançando novos modelos na faixa dos carros médios, para concorrer com o novo modelo da Ford, o Corcel, lançado em fins de 1968. O primeiro deles, introduzido em janeiro de 1969, foi o novo sedã 1600, quatro portas, um veículo médio que oferecia maior conforto e maior capacidade de carga à família de classe média que desejava manter-se fiel à marca e à característica do motor traseiro refrigerado à ar. O novo propulsor, de 1584cm3, desenvolvia 58cv a 4400 rpm e proporcionava ótimo desempenho.
Problemas relacionados ao desempenho do carro impediram sua penetração definitiva junto ao público a que se destinava (apesar de, por sua robustez e eficiência, ganhar a preferência dos motoristas de táxi). Sua fabricação cessou em 1970.

VW 1600 quatro portas luxo, 1969
 
Ainda em 1969 a VW lançou a perua Variant, veículo baseado no malogrado sedã quatro portas 1600, mas com problemas de projeto já resolvidos. Utilizava também propulsor 1600, mas com carburação dupla e ventoinha horizontal (motor plano), o que diminuía a altura necessária para o motor. Assim, na parte traseira do veículo, sobre o motor, havia ampla área de carga, complementada por outra no porta-malas dianteiro.

Variant 1969
 
Esse veículo destinava-se a disputar a vaga deixada pela Vemaguet com a Belina da Ford (apresentada, entretanto, só em 1970). O motor mais forte (65cv a 4600rpm), graças à adoção de dupla carburação, atendia plenamente às solicitações decorrentes da maior capacidade de carga.
Com a Variant a VW passava a oferecer uma opção mais confortável de carro familiar. E começava a criar o princípio de manter o consumidor sempre fiel à mesma marca, apresentando uma linha mais ampla de veículos.
Logo depois a VW aproveitou o motor 1600 no Karmann Ghia, tornando-o mais potente e mais próximo de um modelo esporte. As talas mais largas utilizadas no KG destinavam-se a lhe proporcionar maior estabilidade em função de sua velocidade mais elevada (aproximadamente 140 km/h).
Em agosto de 1970, com base na nova linha da Variant, a VW introduziu um cupê duas portas, o TL, em substituição ao 1600 sedã quatro portas. Com a mesma mecânica e linha da perua Variant (a diferença estava na linha traseira do teto, mais inclinada), esse veículo oferecia o mesmo conforto. Tinha um bom espaço de carga, graças a uma porta traseira pequena que dava acesso à plataforma sobre o motor. Quanto ao desempenho, a Variant chegava a uma velocidade de 135 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 20,6 segundos. O TL alcançava a marca de 140 km/h e acelerava de 0 a 100 em 20 segundos.

VW TL 1970
 
Mantendo ainda o 1300 sedã, a VW completou sua linha com o 1500 sedã ( o Fuscão). Com maior potência, maior velocidade (126km/h) e maior aceleração (0 a 100 em 22,5 segundos) que o 1300, recebeu melhores freios (opcionalmente a disco), melhor estabilidade (bitolas dianteira e traseira mais largas) e barra estabilizadora.
Na mesma época realizou-se o lançamento do novo modelo do KG: o TC, com mecânica 1600, dois carburadores e ventoinha plana (142 km/h, de 0 a 100 em 19,9 segundos).
Em 1971 a VW tornou mais afiladas as frentes do TL e da Variant, manteve os quatro faróis e diminuiu um pouco a altura do porta-malas dianteiro. O TL teve uma nova versão, de quatro portas, mas não conseguiu impor-se no mercado. A VW o retirou da produção normal, juntamente com o TC, em 1976.

NOVAS SOLUÇÕES

A VW do Brasil nunca conseguiu penetrar anteriormente no mercado de carros esportivos. Em vista do êxito da Puma na fabricação de carros esportivos com mecânica VW, a fábrica resolveu explorar essa faixa. Utilizando dois motores (à escolha do cliente), um igual ao da Variant de 1600 cm3, e outro, preparado, de 1700 cm3 (75cv a 5000rpm), o departamento de estilo da fábrica desenvolveu um carro muito baixo, esportivo, com linhas da frente que lembravam as da Variant e traseira de linhas arredondadas e modernas. Mas, o desempenho do carro, em suas duas versões (SP1 e SP2) decepcionou. Muito pesado – devido à carroceria de aço, pesava 890 kg – para a pequena potência do motor, o SP1 (motor 1600) chegava a apenas 149 km/h e o SP2 (motor 1700) a 161 km/h. Relativamente dispendioso para a fábrica (construído em série pequena demais para a empresa, especializada em produzir grandes quantidades), também saiu da produção normal em 1976, para ser produzido apenas sob encomenda.
O grande lançamento da VW após o da Variant foi a Brasília. Essa perua pequena (uma espécie de mini-Variant), com grande área envidraçada, linha mais retas e interior totalmente redesenhado para oferecer maior espaço interno aos passageiros, alcançou grande êxito de vendas. Utilizava a mesma mecânica do seda 1600 de quatro portas, com carburação simples (o baixo rendimento desse motor levou a fábrica a oferecer como opcional uma versão com dupla carburação, que desenvolvia 65cv a 4600 rpm, contra os 58cv a 4400 rpm da carburação simples).
Em 1975 a VW produziu 126.352 unidades da Brasília contra 186.676 do seda 1300 (incluindo o 1300 e o 1300 L).

Brasília 1976
 
Depois do vitorioso lançamento do Passat na Alemanha, a VW passou a fabricá-lo também no Brasil. Apresentado em junho de 1974, tornou-se o primeiro carro da marca a contradizer toda a filosofia anterior da fábrica: motor e tração dianteiros e refrigeração a água (todos os modelos anteriores tinham motor e tração traseiros e refrigeração a ar). Representou mais uma tentativa da VW de penetrar na faixa de carros médios.
O motor de quatro cilindros, refrigerado a água, de 1471cm3 e relação de compressão 7,4:1, desenvolvia 78cv a 6100 rpm. Utilizava a mesma carroceria do modelo alemão, inicialmente apenas na versão duas portas; complementaram a linha uma versão quatro portas,  introduzida em novembro de 1974, e outra de três portas, apresentada em março de 1976, todas elas em modelos simples, luxo (L) e Super Luxo (LS).

Passat duas portas 1974
 
O Passat caracterizava-se pela junta homocinética, ângulo negativo de rolagem, duplo circuito de freios em diagonal e ventilador controlado por termostato (no motor). Atingia 150 km/h e acelerava de 0 a 100km/h em 15,3 segundos, apesar da baixa cilindrada do motor, graças ao peso de 860 kg e ao desenho aerodinâmico de Giorgio Giugiaro.
Essas características garantiram seu êxito em corridas brasileiras de Divisão L na categoria até 2000cm3.
O carro apresentava ainda suspensão dianteira independente tipo McPherson, braços triangulares, molas helicoidais, amortecedores telescópicos, estabilizador; e suspensão traseira com eixo rígido oscilante, por barra de torção, braços longitudinais e estabilizador diagonal, molas helicoidais e amortecedores telescópicos de dupla ação.
O público, no entanto, apresentava uma reclamação em relação ao carro: os pneus radiais, importantes para a geometria da direção e da suspensão, eram excessivamente duras para o tipo de calçamento e para as condições encontradas na maior parte das estradas brasileiras, provocando vibrações em toda estrutura do veículo.

Passat quatro portas 1975
 
Em dezembro de 1975, atendendo à solicitação de muitos clientes – que viam no Passat um carro quase esportivo, que precisava apenas de um pouco mais de preparo – a VW lançou o modelo TS, uma versão esportiva, com quatro faróis dianteiros, faixas laterais pintadas em preto com o logotipo TS na coluna traseira, interior mais esportivo, com conta-giros, manômetro de óleo, volante esportivo, relógio, acabamento mais luxuoso, motor de 1588 cm3, de 96cv a 6100 rpm, pneus mais largos, velocidade máxima de 160 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 13,2 segundos. Com comportamento idêntico ao dos outros carros de linha, apresentava como pontos altos a boa aceleração e a retomada de velocidade.

Passat TS 1976
 
Entretanto, a VW não abandonou seus modelos tradicionais, os sedas 1300 e 1500 (o Fuscão). Lançou inicialmente uma série experimental, o sedã 1600 S (o Super Fuscão), com o mesmo motor da Brasília de dois carburadores, que proporcionavam maior economia e rendimento muito superior. O carro recebeu rodas mais largas e acabamento esportivo. A boa aceitação desse modelo fez com que a VW abandonasse o 1500 (já não tão procurado pelo público, principalmente devido à elevação do preço do combustível) substituindo-o pelo modelo 1600 com dupla carburação, agora despojado do acabamento esportivo. Na mesma época a fábrica introduziu o modelo 1300L, com a mesma mecânica do 1300 normal e o  acabamento mais luxuoso do 1600.
A VW, além dos modelos normalmente fabricados para o público brasileiro, ainda mantinha em fabricação o TL e a Brasília de quatro portas para exportação tanto de veículos completos como desmontados. Em 1975, por exemplo, o total de veículos exportados foi de 59+172 unidades. O valor das exportações, incluindo também peças e componentes mecânicos, atingiu 141,2 milhões de dólares.

TL quatro portas, 1974
 
Maior fábrica da VW fora da Alemanha, a VW do Brasil era também a maior fábrica brasileira de automóveis. Em 1975 detinha 62,2% do total nacional da produção de carros de passageiros e 46,3% da produção de utilitários.
Sua participação global no mercado automobilístico brasileiro, incluindo todas as empresas nacionais produtores de veículos, era, ainda em 1975, de 54%.

Variant 1975

Linha completa de modelos VW para 1976 (Kombi, Passat, SP2, Brasília, Variant, Sedã 1600 e 1300
 

Vermelho: VW 1500 fuscão 1970; Branco: VW 1300 1975; Amarelo: VW 1600 S de 1975; Amarelo à direita:  VW 1300 L de 1976



Ano

Eventos
1950
No mês de novembro, chegam ao Brasil os 30 primeiros VW.
1953
Em um galpão alugado em São Paulo, começa a montagem do VW 1200
1956
Inicia-se a construção da primeira fábrica no Km 23,5 da Via Anchieta em São Bernardo do Campo - SP. De 1953 a 1956 são montados 2.268 unidades com peças trazidas da Alemanha.
1957
No mês de setembro inicia-se a produção do primeiro veículo fabricado pela VW no Brasil, a Kombi.
1959
No dia 3 de janeiro inicia-se a fabricação do VW Sedan 1200. A fábrica é inaugurada oficialmente no dia 18 de novembro.
1962
O Fusca lidera as vendas no mercado brasileiro com mais de 31 mil unidades. Tem inicio a fabricação do Karmann Ghia (tipo 14).
1967
Em 4 de julho a produção total chega a 500 mil veículos fabricados. O motor 1200 é trocado pelo 1300 e o vidro traseiro se torna 20% maior.  Inicia-se a produção do Puma com mecânica VW 1500.
1968
Em dezembro é lançado o VW 1600 quatro portas  (Zé do Caixão). O Fusca passa a utilizar sistema elétrico de 12 volts.
1969
Aparece o VW 1600 Variant.
1970
Aparece o VW Sedan 1500 (Fuscão), com faróis traseiros um pouco maiores e tampa do motor com aberturas para ventilação. No final do ano surge o VW TL 1600. Aparece o novo Karmann Ghia TC.
1971
É encerrada a fabricação do VW 1600 (zé do caixão), depois de 24.475 unidades produzidas.
1972
A produção do fusca alcança 1 milhão de unidades produzidas. Em junho aparece o esportivo SP-1 (65cv), SP-2 (75cv). É encerrada a produção do Karmann Ghia (tipo 14).
1973
Neste ano são vendidas 224 mil unidades, representando 40% de todas as vendas de veículos no Brasi. Surge a Brasilia.
1974
Surge o VW 1600 (Super Fuscão). A VW é recordista em vendas com 237.323 vendidas em um ano. Em setembro é iniciada a fabricação do VW Passat 1500.
1975
É encerrada a produção do Karmann Ghia TC. A Puma adota o chassis da Brasília.
1976
A produção do Fusca chega a 2 milhões. Surge o Passat TS 1600. Em fevereiro o SP-2 deixa de ser produzido (total fabricado: 10.205 unidades, sendo 88 unidades do SP-1). A TL também deixa de ser produzida (total fabricado: 109.313 unidades)
1977
A Variant deixa de ser produzida. É lançada a Variant II, com suspensão dianteira McPherson. 
1979
São utilizadas luzes traseiras circulares grandes (no fusca) e é introduzido o motor a álcool (fusca, Brasília).
1980
No mês de maio é lançado o Gol 1300, com motor dianteiro refrigerado a ar e tração dianteira. A Variant II é retirada de linha (total de unidades produzidas: 41.002).
1981
Surge o Voyage, com motor dianteiro refrigerado a água, derivado do Passat e o Gol adota também o motor 1600 a ar.
1982
Em março é suspensa a fabricação da Brasilia (cerca de 1 milhão de unidades fabricadas em 9 anos). Aparecem os modelos derivados do Gol (Parati e Saveiro). O VW adota oficialmente o nome FUSCA para os veículos que até então já vinham sendo chamados de “fusca”.
1985
Começa a produção do VW Santana. Fusca recebe novo motor a álcool de dupla carburação.
1986
Em 31 de outubro é produzido o último fusca, o de número 3.321.251 desde 1959.
1987
É criada a Autolatina, uma joint-venture entre a VW e Ford. Aparecerem VW com motor Ford e Ford com motor VW.
1988
Chega ao fim a produção do Passat (mais de 800.000 unidades produzidas).
1993
No dia 23 de agosto é reiniciada a fabricação do Fusca. O então presidente do Brasil, Itamar Franco, interessado em gerar mais empregos e produzir um automóvel popular, incentivou a VW do Brasil.
1994
Depois do fracasso, chega ao fim a Autolatina (Ford e VW se “separam”)
1996
No dia 11 de julho, depois de apenas 47.700 unidades produzidas, o Fusca deixa de ser novamente produzido.
O total de fuscas produzidos no Brasil chegou a 3.367.390 unidades.
 



Karmann do Brasil

 

No ano de 1962, apenas três anos depois da fabricação do primeiro Fusca no Brasil, inicia-se a fabricação do Karmann Ghia (tipo 14) com motor de 1200 cm3, com as mesmas características do modelo original alemão.
A VW do Brasil produzia o chassis e os componentes mecânicos e a Karmann Ghia do Brasil fabricava a carroceria e realizava a montagem e o acabamento. Em seguida o veículo retornava à VW que era a responsável pelas vendas e assistência técnica.





O modelo brasileiro tinha pára-choques diferentes e pára-lamas com pequenas alterações




No ano de 1967 o KG passou a utilizar o motor de 1500 cm3.





Em janeiro de 1968 é lançado o Karmann Ghia conversível. Somente foram produzidas 177 unidades.





No ano de 1970 o KG passou a ser equipado com motor 1600 cm3, vidros traseiros com abertura regulável e luzes traseiras maiores.





Em 3 de agosto de 1970 é lançado o novo Karmann Ghia TC (Touring Coupé), com modelo desenhado no Brasil. Tinha motor de 1600 cm3, igual ao utilizado no Variant (tipo 3)

 
 
No ano de 1972 encerra-se a fabricação do Karmann Ghia (tipo 14) e no ano de 1975 encerra-se a fabricação do Karmann Ghia TC.




Quantidades produzidas no Brasil:



Karmann Ghia (Tipo 14) motor 1.200 cm3
9.263
Karmann Ghia (Tipo 14) motor 1.500 cm3
11.280
Karmann Ghia (Tipo 14) Conversível motor 1.500 cm3
130
Karmann Ghia (Tipo 14) motor 1.600 cm3
2.850
Karmann Ghia (Tipo 14) Conversível motor 1.600 cm3
47
Total Karmann Ghia (Tipo 14)
23.570


Karmann Ghia TC
18.119



SP-2, UM MITO BRASILEIRO



No início da década de 70, os automóveis esportivos no Brasil eram o Karmann Ghia (produzido pela VW e Karmann Ghia do Brasil) e o Puma, produzido por uma empresa independente mas que utilizava componentes mecânicos da VW.

 
Nesses anos a importação de veículos pelo Brasil era proibida e por isso essas eram as únicas opções para quem queria um automóvel esportivo.

Como as vendas do Karmann Ghia não tinham o mesmo sucesso das do Puma, a VW decidiu participar do mercado de automóveis esportivos com um modelo novo, audaz e moderno.
A resposta da VW foi um automóvel totalmente desenhado no Brasil, não uma adaptação baseada no chassis do fusca. Com estilo aerodinâmico e agressivo, ainda belo até hoje. Sua frente era inspirada no modelo VW 412 alemão, com faróis duplos, igual a toda linha brasileira de automóveis.
 
O protótipo foi apresentado em março de 1971 na Feira da Indústria Alemã de São Paulo e em julho de 1972 foi lançado com muito sucesso no mercado.

Três mil unidades foram produzidas naquele segundo semestre de 1972.

O SP-2 tinha motor de 1.679 cm3, com dupla carburação (Solex 34 PDSIT), 75CV, freios a disco dianteiros, frisos laterais refletivos, limpadores de pára-brisa pantográficos, pára-choques de borracha. Painel bastante completo, com velocímetro, conta-giros, relógio, amperímetro, marcador de combustível e temperatura do óleo, luzes nas portas, acendedor de cigarros embutido, bancos em couro, cintos de segurança de 3 pontos, pneus radiais.


Inicialmente foi produzido o SP-1, com motor de 1.584 cm3, do qual somente 88 unidades foram produzidas.
O SP-2 continuou em linha até fevereiro de 1976, sendo produzidas 10.205 unidades.






VW tipo 3 no Brasil

 
Seguindo o exemplo de matriz alemã, a filial da VW no Brasil, no ano de 1968, lançou o VW 1600 quatro portas, que ficou conhecido como Zé do Caixão.





No ano seguinte, 1969, lançou o VW Variant 1600


 
Depois, em 1970, trocou o farol retangular dianteiro de toda linha por faróis duplos redondos.





Também em 1970, lança o VW TL 1600.




No ano de 1971, suspende a fabricação do VW 1600 quatro portas (Zé do Caixão). Foram produzidas um total de 24.475 unidades.





Em 1972 os modelos da Variant e da TL recebem novo estilo de frente




No ano de 1973 é lançada a Brasília. Com linhas modernas e retas, ampla área envidraçada. Era econômica e espaçosa e mantinha a robustez VW.

A família VW para 1975
 




No ano de 1976 paralisa-se a fabricação do VW TL 1600 (109.285 unidades produzidas). No ano de 1977 paralisa-se a fabricação do VW Variant 1600 (250.000 unidades produzidas)




O VW Variant II, uma versão mais moderna, foi produzida entre dezembro de 1977 a 1980 sem muito sucesso. Mecanicamente mais moderna, com suspensão dianteira tipo Mc Pherson, motor 1600 cm3 e dupla carburação (parecia uma Brasília mais grande).





No ano de 1982 A Brasília é retirada de linha (950.000 unidades produzidas no total)